A oposição venezuelana celebra uma vitória simbólica: María Corina Machado foi agraciada com o Prémio Nobel da Paz de 2025, pelo seu trabalho persistente na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela luta para garantir uma transição justa e pacífica de uma ditadura para a democracia.
Quem é María Corina Machado
María Corina Machado é uma figura proeminente da oposição ao regime chavista, primeiro sob Hugo Chávez e agora sob Nicolás Maduro. Engenheira de formação, ela saltou para a cena política como co-fundadora da organização Súmate, que monitoriza eleições e defende participação cidadã.
Desde então, tem sido uma voz combativa contra abusos de poder, corrupção e deterioração económica e social, que marcaram a Venezuela nas últimas décadas.
A repressão e os impedimentos
Machado enfrentou vários obstáculos colocados pelo aparelho do Estado dominado por Maduro:
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Em janeiro de 2024, foi oficialmente proibida de ocupar cargos públicos durante 15 anos pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo, o que a impediu de se candidatar nas eleições presidenciais de julho de 2024.
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Apesar de sua exclusão, ela apoiou Edmundo González Urrutia como candidato da oposição. O resultado desse pleito tem sido amplamente contestado por observadores internacionais, que denunciam falta de transparência e fraudes.
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Em virtude da sua postura crítica e visibilidade, Machado viveu escondida durante vários meses, sob risco iminente de perseguição, prisão ou pior.
A luta contra Nicolás Maduro
O regime de Nicolás Maduro é acusado por numerosos países, organizações internacionais e observadores independentes de práticas autoritárias:
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Manipulação eleitoral e proibição de candidaturas opositoras como no caso de Machado.
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Repressão às manifestações civis, prisões políticas, intimidações, e uso do sistema judicial para perseguir adversários.
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Crise económica e humanitária prolongada, com inflação, falta de bens básicos, migração em massa de venezuelanos para outros países, e deterioração dos serviços públicos.
Machado emergiu como uma líder que insiste numa transição política pacífica, baseada em eleições livres, transparência institucional, e no restabelecimento do Estado de direito.


